Foi no chuveiro que percebi que meus cabelos caíam além do normal. Pensei: deve ser porque faz tempo que não corto os fios.
Corri
para meu mago das tesouras, que, para minha surpresa, deu seu cruel
veredicto: “Acho bom você procurar um dermatologista! Você está com
alopecia!”
Para
quem não sabe, alopecia é o nome científico dado à queda de cabelo.
Como assim? Eu, que sempre fui tão cuidadosa com os meus fios, que
sempre usei as marcas mais caras do mercado, fui pega de surpresa por
esse mal!
Bem… já que o problema me agarrou de jeito, decidi dividir a
minha história com vocês: anseios, dúvidas, tratamentos, sintomas, etc.
Resolvi
correr atrás e entrei em contato com o Dr. Fabiano Leal, membro da
Sociedade Brasileira de Dermatologia. Ele topou dar uma luz às minhas
dúvidas e eu vou compartilhar tudo com vocês.
Neste primeiro post
vamos falar um pouco sobre os tipos de quedas de cabelo. São vários os
motivos que podem fazer nossos fios acabarem no ralo. Vamos a eles.
Eflúvio telógeno – Ocorre após doenças, cirurgias, uso de medicamentos e gestação. Geralmente aparece de quatro a seis meses após o evento, com queda de muitos fios, mas não chega a deixar as áreas sem cabelo. Normalmente melhora com a cura da doença, ou com o próprio tempo.
Alopecia androgenética – Conhecida como “calvície masculina”, atinge também as mulheres – que não chegam a ficar carecas, mas perdem muitos fios na área frontal. O que ocorre, tecnicamente, é a “miniaturização dos pelos”: eles se transformam em penugem.
A doutora Claudia Maia, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, me disse que a alopécia androgenética é geneticamente determinada, mas fatores hormonais bem específicos também ajudam no processo de miniaturização. Este tipo de queda de cabelo piora com o passar do tempo se não for tratada.
Alopecia Areata
– Ocorre por um processo de “liga-desliga” do pelo, em que ele é
microscopicamente atacado por uma reação inflamatória. Geralmente
acontece perda dos fios de forma localizada, formando placas sem pelos,
sem nenhuma alteração da pele do couro cabeludo. Estas placas podem
aumentar e se juntarem, formando grande área calvas. De acordo com a
doutora Claudia, o tratamento é realizado com medicamentos específicos.
Alopecia
por Infecção fúngica – Muito comum em crianças e raríssima em adultos.
Os sintomas são: pelos partidos, descamação e coceira. O tratamento é
realizado com antifúngicos orais específicos.
Alopecias cicatriciais – como o próprio nome diz, vem de uma cicatriz – o folículo do pelo é substituído por fibrose. É como substituir uma plantação por um chão cimentado – nada mais nasce ali. Há diversas causas, desde cicatriz cirúrgica até doenças em que a cicatriz é uma manifestação da própria doença; exemplo: Lupus, esclerodermia, líquen plano, etc. O couro cabeludo é extremamente liso e endurecido (como as cicatrizes).